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Eu Negro

terça-feira, 17 de maio de 2022

RAP ELITE E FAVELA


É a velha estória da elite oprimindo a favela

É o povo pobre da perifa se lascando nas vielas

E na peleja desigual do capital contra o povão

O culpado por sofrer é o coitado do irmão

A justiça matou no peito e devolveu de canela

É a velha estória da elite oprimindo a favela

 

A injustiça dói! A injustiça dói!

Capitalismo não rima com igualdade

A injustiça dói! A injustiça dói!

O genocídio da negrada é crime contra a humanidade

 

O sangue do negão tá convocando lá do chão

Tá lá desafiando a consciência do povão

Tá lá nos intimando a fazer revolução

O povo vai fazer a verdadeira abolição

 Palmares é aqui Canudos guerrilheiro

Somos filhos de Zumbi e Antônio Conselheiro

Somos cangaço e herdeiros de Lampião

Somos Malês fazendo a revolução

Aqui o povo luta o povo não amarela

Quando a força da cultura é o comando da favela

No baile funk, no jongo, na passarela

Na beleza da passista

Nos artistas das vielas

Seres brilhantes diamantes cintilantes

Personagens fascinantes que a elite atropela

 Viva Cartola, Mano Décio da Viola, Dona Zica, Dona Neuma, Babaú, Zé Espinguela;

Carlos Cachaça, Dona Ivone, Zé com Fome, Lecy, Geraldo Pereira, Bid e Paulo da Portela;

Zé Criolinho, grande Nelson Cavaquinho, Padeirinho, Molequinho, Dona Eulália e o povo dela;

Coluna Prestes, Araguaia, Abdias, Apolônio, Santo Dias, Chico Mendes, Marighella; 

Tibete livre, África reparação, Palestina pátria livre o bom cubano é meu irmão;

O povo negro no Haiti fez gol de placa e a elite deu carrinho e até hoje contra ataca;

No USA (uesseêi) do Mississipi ao Alabama Luther King e Malcoln X prepararam pro Obama;

Falei e disse, já mandei o meu recado

Seja pobre ou seja rico é cada um no seu quadrado

Aqui o povo luta o povo não amarela

Mas no ônibus da vida o rico anda na janela

Aqui o povo luta o povo não amarela

Eu sou mais é João Cândido e Teresa de Benguela.

 

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