Os interesses dos candidatos, na maior parte do tempo, se sobrepõem a apresentação lógica dos temas nacionais mais importantes.
No debate de ontem na Rede Globo fiquei estarrecido com algumas proposições e principalmente pela falta delas, em um ambiente tóxico, agressivo e desrespeitoso. Se Dercy Gonçalves viva fosse, nos faria corar com suas observações acerca do evento.
A impressão que tive, de uma maneira geral, foi que o nada substituiu o nunca. Com os candidatos "jogando para a torcida" e preocupados com os parcos minutos para apresentarem as soluções que o país necessita, conseguiram transformar o encontro em um circo de horrores.
Desde o padre de bandana do Guns and Roses, o magrinho da FIESP que quer vender a Petrobrás, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica e Bolsonaro não dizendo coisa com coisa, o resultado é que o cidadão que varou a madrugada assistindo a bagunça intelectual apresentada, foi dormir se sentindo enganado.
Os partidos deveriam se debruçar sobre uma metodologia honesta de apresentação de propostas políticas. Talvez o horário eleitoral pudesse ter um horário específico especial, onde todas as propostas do partido para governar a nação pudessem ser apresentadas de maneira didática e organizada.
Aquilo que chamam de debate, veiculado ontem, passou longe sobre a questão indígena e quilombola, ciência e tecnologia e relações internacionais, orçamento, dívidas interna e externa e a relação PIB/Pagamento dos (serviços) juros da dívida, além de uma missão mais nobre em alguns aspectos para as forças armadas. A indigência da agenda ambiental ficou restrita a Amazônia e Pantanal, como se o país fosse restrito a esses dois biomas, lembrando que há uma série de iniciativas que devem ser potencialidades como a coleta seletiva/reciclagem, energias eólica e solar.
O resto foi um amontoado de sandices e acusações de ilícitos que vez de um debate político mais parecia uma acareação policial em uma delegacia policial.
Obviamente que destarte as desonestidades gritantes como quando Bolsonaro avocou para si a autoria do projeto de lei que criou o Auxílio Emergencial de R$ 600,00 o que é mentira, além da aprovação das leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, que foram vetadas por Bolsonaro e o Congresso derrubou seu veto. Algumas intervenções salvaram em parte o desastre, que ficaram por conta de Ciro Gomes, Lula e Simone Tebet.
Se esses três se juntassem em prol de um projeto para o Brasil, talvez tivéssemos um futuro bem melhor.
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