A eleição presidencial de 2022 pode ser tranquilamente chamada de “a eleição do fim do mundo”. Nunca antes na história desse país houve uma eleição tão eletrizante, tão indefinida até o último minuto como esta.
Eleito com uma margem apertada de voto, o presidente Lula terá um imenso trabalho político a fazer pela frente. A tarefa de colocar o país nos trilhos, de volta a democracia, passará pelos seguintes óbices: Congresso Nacional; Comunidade Evangélica; Agronegócio; Centrão; Forças Armadas; Polícias e o empresariado nacional.
Lula é bom de conversa, sempre foi. Vai ter que convencer esses setores que lhe são hostis, que seu governo será de conciliação nacional. Quando se fala em conciliação nacional obviamente que há um aceno na direção desses setores.
O país está dividido e devastado. Dividido por conta da politicagem excludente de um governo Bolsonaro combalido por suas políticas equivocadas, que levaram o país à bancarrota. Ao mesmo tempo dividido por força da política de guerrilha do governo, que utilizando métodos de comunicação inspirados no departamento de propaganda do Terceiro Reich de Hitler, que para destruir a Republica6de Weimar e implantar o poder totalitário na Alemanha, assustava a população com a ameaça comunista, enquanto que estimulava o nacionalismo alemão, com a utilização exacerbada do positivismo com viés antidemocrático e beligerante.
Bolsonaro utilizou aqui as mesmas estratégias de Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler, que criava notícias falsas que eram reproduzidas para a população através de tablóides, cartazes, rádios e todas as formas de comunicação possíveis. Eram as atuais fake news, usadas largamente pelo sistema de comunicação do governo Bolsonaro.
A principal fake news que causou enorme repulsa pelo candidato petista foi a disseminação da informação que Lula era um presidiário condenado em três instâncias e solto pelo STF para tirar o governo de Bolsonaro e entregá-lo a grupo de ladrões.
Em nenhum momento, a campanha Bolsonaro esclareceu a população que Lula teve seus processos extintos, devido à parcialidade do juiz Sérgio Moro, que foi declarado parcial pelo plenário do STF, extinguindo assim seus processos e suas condenações que não deveriam nem mesmo ter existido. Quando Lula foi condenado a 9 anos de prisão por Sérgio Moro e teve a pena aumentada para 12 anos pela segunda instância, possuía 35% das intenções de voto e Bolsonaro apenas 16,%.
Sergio Moro retirou Lula da disputa presidencial, tecnicamente já vencida por Lula, recebendo como contrapartida de Bolsonaro eleito o Ministério da Justiça. Sergio Moro vazou para o Jornal Nacional uma confissão falsa de José Palloci, então ex ministro de Lula, confissão que caiu como uma bomba nas hostes petistas, gerando repulsa em todos os setores da população. Ao entregar o documento da falsa confissão ao Jornal Nacional, Sérgio Moto deixou definitivamente duas digitais no golpe que estava em curso. As bases bolsonaristas utilizaram a informação à exaustão, e ainda usam até os dias de hoje, mesmo sabendo da decretação de parcialidade do Juiz Sérgio Moro pelo STF.
NÁRNIA
A ministra Damares Silva fez uma denúncia em horário eleitoral de que no Amapá estavam extraindo dentes de bebês com a finalidade de facilitar a prática de sexo oral com os bebês. Além de ser inverossímil e repugnante, a mente doentia dessa mulher a fez propagar a mentira por meses a fio.
Dando prosseguimento ao processo de alucinação coletiva, dentro do escopo do que nomearam como “ideologia de gênero”. Passaram a disseminar a ideia hedionda de que os banheiros no Brasil não seriam mais divididos e que inclusive nas escolas os gêneros masculinos e femininos utilizariam conjuntamente a mesma dependência sanitária.
A maior aberração política porém foi terem investido na apartação do povo brasileiro. No ataque sistemático à democracia, desrespeitando as instituições, principalmente o Judiciário.
O ataque sistemático ao bioma amazônico foi de uma agressividade avassaladora, causando a elevação criminosa do desmatamento, do garimpo ilegal e do assassinato de defensores da natureza.
O mundo de Nárnia que Bolsonaro criou não se sustentou diante do furor popular democrático que despertou para barrar o avanço do fascismo e de um governo pautado pelo totalitarismo e pela violência.
A aprovação do projeto que flexibilizou a aquisição de armas de fogo pela população foi a gota d’água para a detonação da violência armada no país, com ênfase para o surto psicótico de Roberto Jefferson atacando a Polícia Federal e a Deputada Carla Zambelli correndo pelas ruas de São Paulo de arma em punho intimidando cidadãos. O assassinato do dirigente petista no Sul do país por um fanático bolsonarista foi o sinal de que se esse governo fosse reeleito, certamente fomentaria uma guerra civil no país.
Nunca um governo na história do Brasil utilizou tanto, descaradamente, despudoradamente a máquina pública na tentativa de reeleger o Presidente da República. A própria Polícia Rodoviária Federal tentou através de centenas de operações no nordeste que o povo fosse impedido de votar. Foi um crime perpetrado pelo próprio estado brasileiro às escancarado, visando impedir o sagrado direito do voto por parte da população.
A grande tarefa de Lula será desmontar o reino de Nárnia e reconstruir o Brasil real, democrático, laico e cidadão. Que os ares democráticos que bafejam a grande e expressiva vitória de Lula carreguem para bem longe os ares plúmbeos e soturnos do totalitarismo e do fascismo.
Uma belíssima vitória da democracia brasileira
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