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Eu Negro

domingo, 30 de outubro de 2022

A CADELA DO FASCISMO E O VOTO DO MEDO

Bertold Brecht disse que a cadela do fascismo está sempre no cio. Quis dizer com isso que a opressão, a intolerância e por conseguinte o totalitarismo, não dormem nunca e estão sempre à espreita, construindo novas possibilidades de adensamento e prospecção de poder.

Está é a primeira eleição que participo onde constato que o medo é o principal ingrediente do certame. O que antes era uma grande festa cívica, transformou-se em um imenso movimento opressor, um big brother maléfico, onde o cidadão ou cidadã que não estiver de acordo c o modelito positivistas, com vestimentas nas mesmas cores da bandeira nacional, exaltando os símbolos pátrios e preferencialmente ouvindo o hino nacional é um potencial inimigo da nação e portanto, dependendo da avaliação do contexto, pode até ser eliminado.

Pela primeira vez vejo as ruas silenciosas. A cadela do fascismo ronda as avenidas. Uma deputada sacando arma de fogo aqui contra  homem negro,  homem atirando granadas e disparando cinquenta tiros de fuzil contra uma guarnição da polícia federal ali e a segurança de um candidato a governador de São Paulo matando um inocente desarmado acolá.

A política governamental de flexibilização da aquisição de armas de fogo transformou o país em  verdadeiro faroeste caboclo. Faroeste de um lado só, pois a imensa maioria da população, que mal consegue comer, nunca irá comprar uma arma de fogo cujos valores são proibitivos aos cidadãos comuns.

O povo pobre agora vive sendo acossado por essa corja doentia que resolveu sair às ruas atirando ao seu Bel prazer em quem considere suspeito ou então por qualquer tipo de altercação.

São tempos sombrios e difusos, onde tememos sair às ruas utilizando uma camiseta com minha preferência política, pois posso ser assassinado. Também não posso me manifestar sobre minha opção pelos direitos humanos ou pelo apoio ao movimento LGBTQIAP+.

É lamentável reconhecer que estamos amedrontados e amedrontadas. A cadela do fascismo nós espreita em cada esquina, em cada gesto e nas mais inimagináveis situações cotidianas. Estamos perdendo o Brasil da alegria, da gozação, da liberdade de credo, da liberdade de manifestação, da liberdade de amar.

Assim Hitler levantou a Alemanha após a República de Weimar, período que encerrou a monarquia e iniciou o período de democracia parlamentarista, entre os anos de 1919 até 1933 quando a propaganda nazista passou a questionar as origens e a eficácia da República Alemã, com o crescimento do movimento socialista. A burguesia do país passou a apoiar as ideias totalitárias no nazismo, fortalecendo Hitler com sua ideologias totalitária e de segregação. A máquina de propaganda nazista passou a explorar a ingenuidade do povo alemão alertando contra a “ameaça comunista” e exaltando o nacionalismo exacerbado, vigiando cotidianamente todos os passos de seus cidadãos. Deu no que deu e o resultado foram milhões de mortos na Segunda Guerra Mundial, com destaque para o  grande holocausto judeu, onde o nazismo ceifou 6 milhões de vidas em seus campos de extermínio.

Qualquer semelhança com o que está acontecendo no Brasil é pura realidade.

 

 

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