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domingo, 25 de setembro de 2022

A SAGA DOS ENTREGADORES POR APLICATIVO.

Entregadores por aplicativo despertam solidariedade dos clientes que recebem suas encomendas. O sofrimento que experimentam no dia a dia costuma ser romantizado e por isso a atividade é recortada do mercado de teabalgo. Funciona como um bico mas não é. Não é um bico! É uma profissão mal remunerada e não regulamentada! Pelos mais diversos motivos estão ali no cotidiano, sofrendo e arriscando a vida pelo sustento de suas famílias. Mas tenham certeza que ganham muito mais que um trabalhador formal, escravizado e submetido às agruras cotidianas do transporte público, pelas degradantes e aspérrimas vicissitudes dos empregos CLT e finalmente pelo salário mínimo que recebem para realizá-los. 
Destarte as condições kamikazes da dura rotina nas grandes cidades, esses entregadores operam com certa liberdade de opção, que inclui trabalhar no dia e horário que lhes aprouver, sem passar pela humilhação de ouvir um "não" quando se precisa ausentar do local de trabalho para atender alguma emergência pessoal.
Entregador de aplicativos é uma atividade profissional que não se restringe apenas ao setor de alimentação. Hoje fazem serviço de entregas postais entre outros inúmeros itens. O modelo de atividade é uma alternativa para quem não encontra mais espaço no mercado formal de trabalho e não quer se submeter aos rigores crudelíssimos desse mesmo mercado em troca do parco poder de compra do salário mínimo. 
Não há grande diferença entre a qualidade de vida desses entregadores e a dos motoristas de aplicativos de carros. Para exemplificar, um motorista de app recebe líquidos cerca de R$ 30,00 por uma corrida de 48 km entre Copacabana e Bangu, sem contar o risco de assaltos e acidentes. 
Os entregadores por app estão atentos, pois, sabem que no futuro serão substituídos pelos moderníssimos drones que encantarão a burguesia devido ao avanço tecnológico, mesmo gerando desemprego massivo.
Apesar das agruras, esses profissionais não estão entre os 15 milhões de desempregados que o país vergonhosamente insiste em ostentar.
Não se sintam mal ao receber a encomenda trazida por esses trabalhadores. Esse entregador é um cidadão a menos na triste condição de desempregado, de membro do exército do mercado de reserva de trabalho. Sem querer romantizar, o entregador é um Sísifo moderno, que faz e refaz seu labor cotidiano sem sair do mesmo lugar. Porém, apesar dos pesares, ainda não desarvora em não poder colocar o pão e a paz na mesa de sua família.

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