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quarta-feira, 21 de setembro de 2022

O PERSEGUIDOR DE SONHOS









Avelino Capitani nos deixou em 17 de setembro de 2022.
Por José Alfredo Schierholt
Avelino Bioen Capitani, marinheiro reformado e escritor. Nasceu em 18-8-1940, no Alto Tamanduá, então Lajeado, no RS. Pequeno agricultor, em 1954 foi trabalhar numa criação e engorda de porcos no Bairro Conservas de Lajeado. Dois anos depois, mudou-se para Porto Alegre, aonde trabalhou numa fábrica de móveis. Em 1959 fez concurso para Escola de Aprendiz de Marinheiro, em Florianópolis, seguindo no ano seguinte para a Marinha no Rio de Janeiro. Em 1962, filiou-se à Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB), recém fundada. Estourando a Revolução de 1964, como um dos diretores da Associação, participou da chamada Rebelião dos Marinheiros. Foi preso e no final daquele ano fugiu da prisão do Alto da Boa Vista, RJ, e se exilou no Uruguai. Ao final de 1965 viajou clandestinamente para Cuba, onde estudou Artes Militares ou treinamento de guerrilha. Voltou para o Brasil clandestinamente, para participar da Guerrilha do Caparão. Preso em 1967 na Penitenciária Lemos de Brito no RJ, novamente fugiu em 1969 e tomou parte da Guerrilha Urbana no RJ. Em1970, exilou-se territorialmente no Chile e voltou a Cuba. Em 1974, regressou clandestinamente para o Brasil, para passar por diversos países, participando da reorganização da esquerda. Posteriormente, integrou-se como militante do MR8. Em 1980 foi anistiado. Continuou militando no PCB, em entidades de classe, sindicatos e associações. Em 1982, filiou-se no PT. No governo municipal de Porto Alegre, gestão de Olívio Dutra, foi Diretor do Departamento de Fiscalização da SMIC - Secretaria Municipal de Industria e Comércio. Em 1985 fez um Curso de Ciências Políticas na Alemanha Oriental. Em 1989 fez vestibular para Geografia na Ufrgs onde estudou por dois anos, mas, desistiu para cursar a UNIPAZ- SUL (Universidade Holística Internacional). Aposentou-se por problemas de saúde. Em 2003 foi anistiado com todos os direitos. Participava de uma Ong de Educação Cooperativa e Projetos Sociais (Coletivo Planta Sonhos). Em 1997 publicou a obra A Rebelião dos Marinheiros – memórias da Revolução de 1964, com 192 páginas, pela Editora Artes e Ofícios, reeditada pela Editora Expressão Popular, em 2005. Em 2001, publicou Por que Chora Carol, pela Editora Hercules. Em 2007, na 53ª Feira do Livro, em Porto Alegre, lança o livro Depois do Amanhecer, pela Editora AGE. Com um capítulo, participou nos livros Nossa paixão era inventar um novo tempo, pela Editora Rosa dos Ventos, em 1999, e Sessenta e Quatro para Não esquecer, pela Editora Literalis, em 2004.

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