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quarta-feira, 20 de julho de 2022

OS EUA TORCEM PELA VITÓRIA DE LULA

Ninguém pode discordar do fato que Bolsonaro foi o primeiro presidente que conseguiu mostrar o verdadeiro espírito do povo brasileiro. Até sua chegada ao poder havia uma certa preguiça sociológica para mergulhar na verdadeira identidade nacional. Desde sempre o foco dos debates ficou centrado em Gilberto Freyre de Casa Grande e Senzala, passando por Caio Prado com A Formação do Brasil, Sérgio Buarque de Holanda com Raízes do Brasil e Florestan Fernandes com o ensaio A Revolução Burguesa no Brasil e A Integração do Negro na Sociedade de Classes. Alguns estrangeiros também contribuíram de uma forma ou de outra como Claude Levi-Strauss em Tristes Trópicos e de uma maneira mais específica Pierre Verger mesclando tudo isso com religiosidade afro-brasileira com destaque para sua obra "Orixás".
As contribuições são imensas, sendo que mesmo que louváveis e necessárias, pode parecer que a parte desagradável era de um certo aspecto negligenciada, jogada para debaixo do tapete. O panorama da cordialidade do povo brasileiro, do sorriso franco, do negro de alma branca, do sambista feliz, das mulheres sedutoras, do espírito de felicidade constante foi inevitavelmente pelo ralo. Bolsonaro ao chegar ao poder abriu a caixa de Pandora do pior dos seres humanos, onde a futilidade e a agressividade são componentes radicais de parte da população brasileira. Com Bolsonaro há prazer em matar, há lascívia comportamental abrigada sob o manto da tríade positivista Deus, Pátria e Família.
O Brasil foi flagrado com as calças na mão. Ao escolher Bolsonaro para conduzir os caminhos da nação, não sabia que assinava um cheque em branco para que houvesse um imenso retrocesso civilizatório. Bolsonaro utilizou a velha cantilena do combate ao comunismo, da preservação da família e de Deus como principal assessor, para varrer do país as propostas de uma nação moderna, diversa e calcada nos principais primados dos direitos humanos.
A flexibilização da legislação para aquisição de armas de fogo pela população está causando um verdadeiro genocídio em nossa sociedade. Na verdade são vários genocídios se somarmos o trágico resultado da COVID-19 com quase 700 mil mortos e ações pontuais como o ataque às tribos indígenas e comunidades quilombolas. Apesar da proibição do STF de suspenderem se ações policiais armadas nas comunidades carentes, as ações estão sendo intensificadas, deixando no cotidiano desses territórios um rastro tétrico de mortes e horror.
Bolsonaro dividiu a sociedade brasileira de maneira proposital, talvez visando uma guerra civil no futuro, onde, segundo seus doutrinadores, com o apoio das forças armadas e instituições policiais de estado implantar um estado imperial despótico, onde sua família herdaria uma inimaginável sucessão cartorial.
Brasileiros estão matando brasileiros calçados em uma doutrina inexistente que mescla positivismo com nazismo e fascismo com centro no neo pentecostalismo. A guerra civil brasileira está sendo construída lentamente. Assim como Hitlerfez com a República de Weimar na Alemanha, Bolsonaro segue em sua sanha hospital ao desacreditar o judiciário perante seus seguidores. Bolsonaro questiona previamente a lisura do processo eleitoral para que em caso de derrota siga o mesmo exemplo de Donald Trump que culminou com a invasão do Capitólio no fatídico 6 de janeiro. Bolsonaro não reconheceu a vitória de Biden, que para sorte nossa que ver o brasileiro longe do Palácio do Planalto, situação que lhe trará mais conforto em sua luta titânica com Donald Trump pela reeleição. Por enorme ironia do destino o PT e seu candidato Lula contarão com a discreta torcida do Departamento de Estado dos EUA pela sua vitória na próxima eleição presidencial, e somente por isso a possibilidade de golpe por Bolsonaro passa a fazer parte do anedotário político nacional.

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