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Eu Negro

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

QUEM É ESSE TAL MERCADO CHEIO DE MIMIMI?


Quem é esse tal mercado que todos os dias se manifesta através da mídia se está zangado ou não? Antes era seu Joaquim da mercearia, Dona Aurora da escola do Bairro, Seu Pedro da Farmácia, Serafim da Padaria, Seu Augusto do Material de Construção, Dona Zefa da Granja. Sabíamos quem era e conhecíamos o mercado. Não existia Cartão de Crédito e sim um caderninho onde o fiado era anotado para ser pago no fim do mês. A carestia (inflação) era quase nula e mesmo pobres, vivíamos felizes assim.
Aquele mercado não existe mais. O caderninho deu lugar ao cartão de crédito ou débito e só consegue comprar se tiver fundos. O mercado que conhecíamos onde seus proprietários batizavam nossos filhos e se sentavam ao nosso lado na igreja aos domingos não existe mais. Foi destruído, pulverizado por grandes corporações multinacionais sem face e sem coração. O mercado de hoje quer destruir o SUS para vender planos de saúde, quer acabar com a escola pública para vender educação privada, quer construir cada vez mais supermercados para que novos Joaquins não possam ter suas mercearias de bairro. O mercado atual é perverso e segregador, se não tem dinheiro não coma, se não tem plano de saúde morra, se não tem cartão de crédito com saldo chore. É esse mercado sem face e coração que controla os meios de comunicação e através da massificação de sua doutrina capitalista faz o pobre odiar o outro pobre para defender o rico que faz os dois serem pobres, como diz o uruguaio Mujica. O mercado não quer escola pública com educação de qualidade pois formará cidadãos pensantes, reflexivos, por isso investe na qualidade de suas escolas privadas que doutrinam as crianças desde pequenas a amar o capitalismo. Estamos em um tempo onde o negro discrimina o negro, as pessoas não podem se amar livremente, as armas são cultuadas no lugar de livros e os aplicativos das redes sociais dizem como a sociedade deve se comportar. Nosso país está precisando de mais cidadania, mais solidariedade e muita, mas muita democracia. Patriotismo não é se enrolar na bandeira e cantar o hino nacional. Patriotismo de verdade é combater a fome e a miséria, é lutar por uma escola pública soberana e de qualidade, não recuar nunca na luta por uma saúde pública universalizada e que atenda com respeito todas as pessoas do país. Precisamos abrir os olhos para os humores desse mercado atual. Seus verdadeiros donos estão em seus iates nas Ilhas Maldivas, enquanto a população brasileira faz fila no caminhão do osso do supermercado. O capitalismo produz tecnologia de ponta que nos encanta mas ao mesmo tempo nos destrói. Patriotismo de verdade é combater essa barbárie atual para preservarmos o futuro das novas gerações.

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