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Eu Negro

sábado, 12 de novembro de 2022

NUNCA PERDERAM UM JOGO JOGANDO JUNTOS

Começou o debate sobre torcer ou não para a seleção brasileira, antecipadamente denominada bolsominion.
Torci muito para a seleção brasileira qdo era jovem. Faz parte da vida das pessoas em todos os países. Os iranianos são loucos pela seleção de futebol deles, assim como os sauditas, afegãos e senegaleses . Os EUA torciam era o nariz, pois nunca foram bons em esportes onde não utilizam as mãos, agora já se renderam ao soccer, principalmente ao feminino.
América do Sul e África são os grandes celeiros de craques que abastecem o mundo do futebol, apesar de surgir de tempos em tempos na Europa um Cristiano Ronaldo aqui e um Haaland ali. 
Não gosto muito da idéia de Deus na seleção e muito menos a tal família Scolari, família Dunga etc. Nossos craques, em sua grande maioria, saíram do gueto para a fortuna sem passar pelos bancos escolares. Vivem em ambientes suntuosos, cercados por empresários inescrupulosos e gente interesseira. Não entendem bulhufas de política ou economia, muito menos de democracia. A vida deles é jogar bola, ganhar dinheiro, casar com loiras e comprar carrões, mais que isso é impossível exigir deles.
 Como esquecer o Dadá Maravilha dizendo que a problemática só poderia ser resolvida pela "solucionática" ou um que não lembro agora, dizendo: "eu fingi que fui e acabei fondo"! E ainda dirigentes folclóricos como Vicente Matheus, que presidente do Corinthians que chamava os jogadores da Bélgica de "belgicanos". Garrincha quis bater no goleiro Manga da seleção, pois quando ligou o rádio que comprou do goleiro ainda no Chile, constatou que o rádio não falava português! Esse é o futebol que com todas as suas assimetrias ainda é um mosaico que nos encanta. 
Não sei se encontraremos novamente um Dr. Sócrates que criou a inacreditável 'Democracia Corintiana' ou um Afonsinho que se recusava a raspar a barba quando demandado pelo treinador, ou até mesmo um genial e imarcável Tostão (todos médicos). Fui muito feliz e sofri com a seleção quando jovem e quero que meus filhos também sejam felizes com ela. Não consigo abraçar o egoísmo de ter sido feliz e em princípio negar esse direito às crianças que são contagiadas na escola, no condomínio, na escolinha de futebol e por álbuns de figurinhas. Não tenho o direito de impor um "silêncio obsequioso" dentro de casa durante a copa do mundo, até porque não posso e nem conseguiria.
É sempre bom lembrar que a CBF é uma entidade privada e dirigida por presidentes de federações de futebol de todo o Brasil. Dirigentes que convenhamos não valem o que o gato enterra. Os últimos três presidentes foram afastados por corrupção. Um deles vive em Andorra, país com o qual o Brasil não possui tratado de extradição, o outro encontra-se em prisão domiciliar em Nova Iorque e o outro impedido de sair do Brasil. Para quem tenha alguma formação política fica o debate de como definir o povão que sai às 4 da manhã para pegar um trem lotado na periferia, amar a copa do mundo. Pois é, fico com a explicação que esse é o momento de lazer e prazer de juntar a familia, acender a churrasqueira, colocar a cerva no freezer e torcer por uma vitória do Brasil para todos dormirem felizes. Talvez seja o único momento em que ele/ela participem de alguma maneira de um assunto contagiante denominado geopolítica, onde o Brasil tem chance de sair vencedor, humilhar os gringos. Fui aluno do Jornalista comunista João Saldanha, técnico da seleção de 70 nas eliminatórias. Saldanha teve peito para falar com o ditador Garrastazu Médici que se o general escolhia seu ministério ele escolheria os jogadores de sua seleção e recusou convocar Dario por indicação do ditador. Foi defenestrado por isso da seleção e passou o escrete de 70 para o Zagalo ser imortalizado como o técnico tricampeão.u de um tempo que o povo ouvia os jogos da seleção c os ouvidos grudados no rádio onde pontificavam Waldir Amaral, Mario Vianna e Jorge Cury, entre outros, que narravam com ufanismo as humilhações que Pelé e Garrincha impunham aos altivos europeus. Garrincha fazia o Maracanã inteiro vir abaixo com gargalhadas ao desmoralizar seus marcadores com dribles desconcertantes. Eram tempos que depois do jogo os atletas recebiam o "bicho" e iam para a feira livre garantir o almoço de domingo. Os tempos mudaram, os jogadores de hoje são cercados por assessores de estilo, de imprensa, de contratos, usam brincos de diamantes e cobrem o corpo de tatuagens. Se sofrem uma falta rolam como crianças pelo gramado. Nem brigar brigam de verdade, ficam com as testas coladas umas nas outras, com olhares ameaçadores, se xingando, mas nem uma voadora estilo Romário rola, ficam se esfregando tipo "quem cuspir primeiro ganha". A metade do futebol deles ficou pelo caminho por conta dessas demandas estranhas.
Como se diz na roça, em terra de sapo de cócoras com eles. Vou assistir, me perdoem.

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