A escola de samba e o samba sempre foram os principais espaços de socialização da comunidade negra no Brasil. Desde os primórdios da História do Samba que o povo negro se empenhou em manter um espaço comunitário, onde pudesse compartilhar com sua família atividades sociais e de lazer. A indústria do entretenimento na sociedade burguesa sempre foi voltada para as pessoas da classe média, com razoável poder aquisitivo. Nesses espaços, os negros com raríssimas exceções, podiam frequentar e participar dos eventos como convidados. O apartheid social e econômico pelo qual a população negra foi submetida, após o fim da escravidão, levou os negros a se organizar em torno dos principais processos onde mantinham algum tipo de domínio, protagonismo e poder, o Candomblé e o samba. A escola de samba é o templo profano do povo negro. Nela as famílias se reúnem e se desenvolvem no aprendizado de suas diversas características artísticas e culturais.
A cosmovisão do samba está entre as coisas mais deliciosas dessa vida. Não há nada mais gratificante que desfrutar de um bom momento, cantando e relaxando em uma boa roda de samba, ou então nos ensaios de quadra das escolas de samba que alegram os fins de semana de parte da sociedade em todo o país. A sensação é divina, e nada melhor que soltar o corpo, se entregar ao deleite do ritmo pagão, cantando e alegrando-se em animados arrasta-pés, regados a uma boa cachaça de alambique, aquela que “matou o guarda”, acompanhada de uma boa cervejinha gelada com um pratinho de tira-gosto como acompanhamento.
Quem nunca deu aquela sambadinha gostosa, ao ouvir um samba malandreado, dolente e gostoso? Bem devagar, devagarinho, como canta o Martinho da Vila. O samba sempre foi a cadência da batida do coração do povo brasileiro. É o principal alimento cultural que nos nutre e o maior legado que a população negra delegou para nossa sociedade. Suas origens são ligadas ao continente africano, aos tambores, ao Candomblé e aos folguedos da cultura negra além-mar.
João Gilberto cantava que o samba veio da Bahia e estava correto. Pois esse menino dengoso, o samba, veio aconchegado no colo ancestral das Mães de Santo do Recôncavo Baiano, principalmente de Santo Amaro da Purificação e Cachoeira, que após a abolição da escravidão foram viver no Rio de Janeiro, para onde partiram em um movimento denominado “Diáspora Baiana” ou “Êxodo Baiano”. Partiram levando na bagagem essa joia cultural fantástica que encanta o planeta. O samba é filho dileto do Jongo, do samba de roda do Recôncavo, possuindo uma relação direta com o culto aos Orixás, Inquices e Voduns, do Omolokô e daquilo que Cartola chamava de Umbanda Carioca, da qual era cambono. O samba também bebeu na fonte das tradições culturais e religiosas da África Subsaariana. Nasceu como representante de uma representação cultural que servia como momento de lazer e ao mesmo tempo como o bálsamo que amenizava o terrível sofrimento pelo qual passava o povo negro escravizado, tanto no eito de trabalho como na senzala, nos tempos do Brasil Colônia e Brasil Império.
O parto do samba carioca ocorreu com certeza nos terreiros de Candomblé e Centros de Umbanda Omolokô da Pequena África e também nas rodas de Jongo como dizem alguns historiadores. Havia uma grande concentração desses terreiros na região que abrangia um imenso território no Centro da cidade do Rio de Janeiro denominado Pequena África que ia dá Gamboa/Pedra do Sal até a Praça XI.
A certidão de nascimento do samba contém algumas lacunas, mas com certeza no formato que conhecemos hoje, surgiu entre o fim do século XIX e o início do século XX. Veio ao mundo abençoado pelos sons dos atabaques e dos tambores tocados com dedicação e amor por ogãs e alabês das casas de santo. Nasceu no instante compreendido entre o cansaço e a preguiça. Cansaço porque depois de um trabalho puxado de axé no terreiro, era necessário dar descanso ao corpo, que há pouco estava entregue ao poder espiritual, para que assim recobrasse as forças. Preguiça porque era necessário preparar o terreiro para o ritual agora profano, com comidas, tambores e outros apetrechos essenciais.
O batizado com o nome “Samba” pode ser oriundo do termo angolano “Semba”, que significa umbigada. É um tipo de dança profana do povo bantu, mas não sagrada como são as umbigadas do Jongo, como afirmam alguns pesquisadores.
Foram as tias baianas que assistiram e abençoaram o nascimento do samba, forrando seu berço com carinho e tradição. O samba em seu berço foi ninado com canções do samba de roda do Recôncavo entremeadas com batuques, lundus, polcas, maxixes e jongo. Essas tias baianas eram em sua grande maioria Ialorixás renomadas e poderosas, exerciam grande influência sobre a comunidade negra no Centro do Rio de Janeiro.
O início do século XX foi um momento de intensa felicidade para a população negra, que vivia sob os efeitos idílicos do fim da escravidão. Os negros comemoravam e agradeciam principalmente à princesa Isabel pela promulgação lda Lei Áurea, que lhes libertou definitivamente do cativeiro do branco opressor, depois de intermináveis 350 anos de sofrimentos. Apesar de tantas agruras e dificuldades, a alegria havia voltado aos corações da população negra tão sofrida e vilipendiada pelo cruel regime recém-extinto. Eram livres, mas nunca deixaram de ser vigiados pelo sistema de repressão e controlados pelo sistema jurídico, que sempre exarou leis em defesa da elite branca e sistematicamente contra a população negra.
Apesar da vigilância constante da polícia, os negros e negras se reuniam em diversos lugares denominados “zungus” para comemorar a liberdade, comer comidas típicas, buscar trabalho, praticar religiosidade e como não podia deixar de ser, utilizavam o samba de roda, o jongo, o maxixe a polca e o lundu como fundo musical para suas comemorações. A certidão de nascimento do samba foi lavrada nos terreiros das tias baianas, com destaque para as tias Ciata, Amélia e Perciliana.
Os sambistas consideram Tia Ciata como a grande parteira e mãe amamentadora do samba carioca. Nascida em 1854, em Santo Amaro da Purificação, terra de Caetano Veloso, Assis Valente e Maria Bethânia, chegou ao Rio de Janeiro em 1876 aos 22 anos de idade, onde casou e constituiu família, tendo sido mãe de 14 filhos.
Ciata além de grande doceira e festeira, era uma Mãe de Santo respeitada pelo povo negro. Ficou mais famosa ainda após ter curado com suas ervas e unguentos uma ferida renitente na perna do à época Presidente do Brasil, Wenceslau Brás. Sua proximidade com o Presidente da República, que lhe garantiu que a polícia não interromperia e encerrasse sob catatau as suas obrigações religiosas nem as animadas festas embaladas principalmente pelo imberbe samba.
Além da própria riqueza musical reinante, naquela época não havia transportes durante a madrugada. Os frequentadores dos terreiros aproveitavam que deveriam aguardar o dia amanhecer para retornar aos seus afazeres cotidianos. A madrugada era consumida então em animadas rodas de batuque, já que a designação “samba” ainda não havia sido cunhada. Geralmente o arrasta-pé virava a noite e a partir daí pode ter surgido o termo “sambar até o sol raiar”.
Pela casa de Tia Ciata passaram grandes nomes da música popular e do samba como Ataulfo Alves, Paulo da Portela, Cartola, Carlos Cachaça, Natal da Portela, Zé com Fome, Silas de Oliveira, Pixinguinha, Hilário Jovino e Donga. Sinhô, Ismael Silva, Bide, Marçal que eram frequentadores assíduos formavam a Turma do Estácio. Essa turma de bambas do Estácio foi a que mudou o ritmo do samba para uma versão mais cadenciada, fugindo do maxixe, como o que se toca até os dias de hoje nas baterias das escolas de samba. Essa mesma turma também cunhou o nome “escola de samba”, pois ensaiavam defronte a uma Escola de Formação de Professores no bairro do Estácio.
Antes do samba que conhecemos o que se dançava era um ritmo maxixado, como podemos constatar no fonograma do primeiro samba gravado no Brasil por Donga, o famoso “Pelo Telefone”. Muitos sambistas torcem o nariz para esse samba, dizendo que o fonograma é um maxixe. Outros sambistas alegam que Pelo Telefone não foi o primeiro samba, pois havia duas gravações anteriores que eram samba como Casa de Baiana em 1913 e Urubu Malandro em 1914. Pelo Telefone foi uma composição coletiva com participação de vários frequentadores da casa da Tia Ciata, mas foi registrada na Biblioteca Nacional por Donga somente, como sendo dele. Mais tarde incluiu também Mauro de Almeida como seu parceiro na composição. Um dos maiores defensores da tese de criação coletiva foi o baiano Hilário Jovino que alegava ser um dos compositores. Hilário Jovino era pai do malandro Saturnino da Praça 11 e primo de Heitor dos Prazeres. Precursor dos ranchos e do Carnaval do Rio de Janeiro, Jovino fundou inúmeros ranchos, que seriam os blocos e escolas de samba de hoje, sendo que um dos mais famosos que se tem notícia llfoi o Ameno Resedá, que tinha entre seus admiradores mais destacados o escritor Coelho Neto. O Ameno Resedá é lembrado até hoje nos desfiles das escolas de samba.
Os sambistas pioneiros não eram vistos com bons olhos pela sociedade. João da Baiana contava que seu pandeiro tinha a assinatura de um senador da república, pois, somente assim poderia transitar livremente com o instrumento pela cidade. Os sambistas eram perseguidos e geralmente vinculados pela polícia a marginais, malandros e capoeiristas, grupo também perseguido e para quem havia sido criada a lei no Código Penal de 1890 que punia quem praticava a capoeira, a Lei da Capoeiragem, cujo texto era o seguinte: "Fazer nas ruas e praças públicas exercício de agilidade e destreza corporal conhecida pela denominação de capoeiragem: pena de prisão celular por dois a seis meses".
Após a Lei Áurea em 1888, o governo brasileiro iniciou um gigantesco processo de embranquecimento de sua população, estimulando a imigração de europeus, primeiramente com alemães e italianos e depois do Japão, quando em 1908 atracou no Porto de Santos o navio Kasato Maru com a primeira leva de 781 imigrantes japoneses que vieram contratados para trabalhar nas fazendas do interior paulista.
Enquanto o país passava pelo processo de embranquecimento ou eugenia como muitos alegam, no Rio de Janeiro era iniciado um imenso processo de gentrificação por parte do governo.
O Rio de Janeiro era a capital do Brasil no início do século XX. O país recém-saído da escravidão era a maior cidade afroatlântica da época, mas ainda com vestígios de vocação rural. Com os novos tempos passou a sofrer mudanças que visavam sua inserção entre as grandes capitais do mundo moderno, reivindicando sua nova vocação urbana incipiente e engatinhando na industrialização. O Centro do Rio era composto por muitos cortiços, alguns com até 2 mil pessoas como o “Cortiço Cabeça de Porco”, daí o nome de cabeça de porco para qualquer tipo de ajuntamento de habitações pobres do mesmo formato. As epidemias sanitárias se sucediam na capital e a classe burguesa clamava por higienização e modernização do centro da cidade.
O Presidente Rodrigues Alves deu plenos poderes ao Prefeito Pereira Passos, que governou a cidade entre 1902 e 1906. Passos foi inspirado pela modernização da cidade de Paris, dando início ao período conhecido como Belle Époque, onde um dos principais exemplos é o Teatro Municipal no Centro do Rio de Janeiro, uma obra prima da arquitetura da época, desenhado por Francisco Pereira Passos, filho do Prefeito, que optou em desenhar uma cópia fiel da Ópera de Paris. Apesar dos esforços de Pereira Passos a inauguração do Teatro Municipal aconteceu somente em 1909 sob a gestão do Prefeito Souza Aguiar, seu sucessor.
O processo de gentrificação da capital foi avassalador e violento, com foco no centro da cidade, onde cortiços foram derrubados à revelia para dar lugar a grandes edifícios, e modernas avenidas. Essas intervenções de Pereira Passos foram consideradas autoritárias, quando grande parte da população pobre foi expulsa desses cortiços sem indenização, tendo que se deslocar para as encostas dos morros da cidade, originando um incremento no número das poucas favelas que existiam naquele período.
A modernização transformou a imagem da cidade com a inauguração da moderna e ampla Avenida Central, no estilo dos boulevares parisienses, com suas lojas e cafés de luxo. Também foi inaugurada a impressionante à época iluminação pública, a reforma do Porto do Rio de Janeiro, o primeiro sistema de saneamento básico eficiente e a vacinação forçada da população sob o comando do sanitarista Oswaldo Cruz. A vacinação compulsória levou a deflagração da insurgência negra denominada “Revolta da Vacina”. A partir da Bélle Epoque, com a modernização da capital do país, o Rio de Janeiro entrou definitivamente para o clube das grandes e modernas cidades do planeta.
A população negra foi a que mais sofreu com os impactos da gentrificação. Primeiro tendo que abandonar o local de moradia de forma compulsória, contra sua própria vontade. Segundo dentro do contexto cultural, onde as manifestações populares como o samba e a capoeira foram perseguidas e proibidas, devido ao forte recorte racial de seus praticantes, motivada pela intenção das elites da capital de europeizar o cenário das artes e da cultura da cidade, banindo a crescente cultura negra do cenário urbano. Para tanto passaram a prender sambistas que portavam instrumentos musicais e verificavam se seus dedos possuíam calos adquiridos com a arte de tocar percussão. Todo esse contexto de gentrificação originou a criação de uma forte burguesia carioca, que repudiava qualquer manifestação de origem africana ou afrodescendente.
Com o passar dos anos, o samba foi se organizando e aos poucos e cada vez mais passando a fazer parte da vida cultural da cidade. No início dos anos 1920 o carnaval de rua organizado era alegrado pelos ranchos carnavalescos da burguesia. Os desfiles aconteciam na moderna Avenida Central e eram um feudo exclusivo da elite e da classe média. Os pobres não podiam desfilar nos ranchos e corsos da Avenida Central, devido ao alto custo exigido na confecção das fantasias, e também por não pertencerem ao mesmo estrato social dos foliões. O primeiro rancho popular a desfilar foi o “Reis de Ouro” de Hilário Jovino, que criou as figuras do Mestre Sala e Porta Bandeira e também o conceito de enredo, depois absorvidos pelas escolas de samba. Os pobres também desfilavam em blocos e cordões compostos por maioria negra que vivia na região da Pequena África. Esses blocos mantinham a tradição de usar atabaques e tambores que marcavam o ritmo das batucadas africanas mescladas com elementos do Candomblé. As primeiras licenças para desfiles de blocos emitidas pela polícia datam de 1889 para os blocos “Grupo Carnavalesco São Cristóvão”, “Teimosos do Catete”, “Corações de Ouro” e “Piratas do Amor”, entre outros.
Havia ainda os “blocos de sujo”, que assim eram denominados porque eram compostos por trabalhadores que saíam do trabalho diretamente para o carnaval, sem tomar banho. Esses trabalhadores-foliões compravam máscaras de Clóvis ou de Velhos e saíam na frente dos cordões, abrindo o desfile dos blocos. Marchavam sempre em grupo, abrindo os desfiles, criando então o embrião das atuais Comissões de Frente das escolas de samba.
Nos anos 1920 a contribuição da Turma do Estácio foi fundamental para compreendermos o samba como é tocado hoje. Os sambistas do Estácio eram famosos e também participavam dos saraus da casa da Tia Ciata, com destaque para Ismael Silva, Bide, Marça e Brancura. Bide foi o criador do surdo de marcação, quando utilizou pela primeira vez uma lata de banha de 20 quilos vazia, colocou papel de saco de cimento molhado amarrou nas extremidades com barbante e arame, aquecendo o instrumento na fogueira. A marcação do surdo criado pela Turma do Estácio retirou o ritmo maxixado do samba e manteve sua característica cadenciada que é utilizada até os dias atuais. Bide também alterou a estrutura de apresentação dos sambas das escolas que eram cantados de maneira improvisada, passando então a ser compostos e ensaiados antecipadamente.
Em 1929, Zé Espinguela ou Pai Olufá, Pai de Santo do Morro da Mangueira e o sambista Paulo da Portela, realizaram o primeiro encontro de escolas de samba, defronte à casa de Zé Espinguela no bairro do Engenho de Dentro. Juntos definiram critérios como Mestre Sala e Porta Bandeira, Samba de Enredo, Ala das Baianas em homenagem a Tia Ciata e a Bateria no que seria a gênese do que assistimos hoje nos sambódromos de todo o país.
Nos anos 1930 os desfiles das escolas de samba eram desorganizados. Não havia uma metodologia definida e a única obrigação das escolas era passar defronte à casa de Tia Ciata, na Praça 11, para reverenciá-la e receber sua aprovação. Não havia um local pré-definido e nem premiação. Nos anos 40 passa a ter início a organização “profissional” das escolas de samba. Alguns sambistas eram muito respeitados pelo mundo do samba e poderiam ser chamados de Embaixadores do Samba, autênticos líderes de ébano, entre os quais se destacava Paulo da Portela e Zé Espinguela. Através das gestões de Paulo da Portela e outros sambistas, o Presidente Getúlio Vargas, empenhado em demonstrar apreço pelo nacionalismo e pela cultura nacional, promulgou finalmente a descriminalização do samba durante o Estado Novo.
A partir desse momento, livres juridicamente para atuar, as escolas de samba se proliferaram com força total, reunindo principalmente nos subúrbios inúmeras agremiações como o Império Serrano, dissidência do Prazer da Serrinha no Morro do São José Operário em Madureira, Conjunto Oswaldo Cruz que depois se tornou Vai Como Pode e finalmente Portela também de Madureira/Oswaldo Cruz, Salgueiro na Tijuca que foi o resultado da fusão de duas escolas do Morro do Salgueiro as “Depois Eu Digo” e “Azul e Branco”. A Imperatriz Leopoldinense na Zona da Leopoldina originária da Recreio de Ramos, tendo como base o Complexo do Alemão, Mocidade Independente de Padre Miguel da Zona Oeste que surgiu a partir do time de várzea local “Independente Futebol Clube”, Unidos Vila Isabel fundada por seu China inspirado não bloco “Acadêmicos da Vila”, bloco da “Dona Maria Tataia” e dos clubes “Unidos da Vila” e “Vila Futebol Clube”. Vila Isabel é um bairro conhecido pelo talento de seus compositores, sendo que os dois mais conhecidos são Noel Rosa e Martinho da Vila, a Deixa Falar sempre carregou sua enorme tradição, que depois se tornou Estácio de Sá, no Centro do Rio de Janeiro, a Vizinha Faladeira reivindica ser a primeira escola de samba e foi a agremiação que introduziu o luxo nos desfiles. A Beija Flor de Nilópolis, da Baixada Fluminense é uma das grandes forças atuais do samba e investe em enredos voltados para a negritude, tendo em Joãosinho Trinta, Neguinho da Beija Flor, Selminha Sorriso e Pinah seus grandes destaques. A nova geração é composta pela União da Ilha do Governador , Unidos do Viradouro, Porto da Pedra, ambas do lado de lá da Baía de Guanabara, Grande Rio, Unidos da Tijuca e São Clemente, União da Ilha, Caprichosos de Pilares, Acadêmicos de Santa Cruz, Unidos de Lucas, entre muitas outras.
As escolas de samba seguem uma antiga tradição de se organizarem por famílias. Tirando a Mangueira como exemplo, podemos ver o poder da escola distribuído entre as famílias. Entre os principais clãs da negritude daquele território estão as famílias da Dona Neuma/Saturnino/Chininha e Guesinha, Geraldo da Pedra, Zé Criolinho, Zé Ramos, Cartola e Zica, Dória, Tia Fé/Gilda/Roberto Firmino e Guanaira, Nelson Sargento, Tinguinha/Elmo, Carlos Cachaça, Zé Criolinho, Tantinho, Hélio Turco, Alvinho e Padeirinho. Todas famílias importantes na genealogia mangueirense, que sempre mantiveram o poder entre si, excetuando um ou outro pequeno hiato.
A Mangueira surgiu da união de diversos blocos e ranchos da comunidade. No morro já existia o rancho da de Tia Fé denominado Pérolas