Onde quer que esteja e na situação que esteja nesse Brasil, o branco médio estará sempre deitado em berço esplêndido, usufruindo das benesses estruturais, legadas pelo regime de escravidão mercantil, que durou mais de 350 anos, sendo extinto há menos de 150 anos. É sempre bom lembrar que além do império português houve uma sólida cumplicidade com a igreja católica, quando do sequestro e escravização de pelo menos 5 milhões de africanos trazidos para o Brasil, sendo que chegaram vivos cerca de 4 milhões de cativos, pois o restante foi jogado nas águas gélidas do Oceano Atlântico durante a travessia, por morte, doença e em alguns casos raros por rebelião.
Muito se fala na escravização desses milhões de africanos trazidos para o Brasil, mas por vergonha ou por malandragem histórica, deixam de registrar que houve a escravização de muitos milhões de brasileiras e brasileiros, filhos desses ventres africanos e depois de ventres brasileiros, nascidos aqui em nosso território. Esses brasileiros que aqui nasceram foram condenados injustamente à escravidão perpétua, pois não estavam sob os ditames da Bulas Papais "Dum Diversas" em 1452 e "Romanus Pontifex", em 1445, ambas autorizando os reis de Portugal e Espanha a conquistar e escravizar todos os prisioneiros dos territórios não cristãos e sarracenos. O Brasil não estava sob a jurisdição das bulas papais, pois era considerado um país cristão com forte impulso de evangelização sob a responsabilidade dos clérigos da Companhia de Jesus, os jesuítas, que instalaram missões em várias partes do território brasileiro para evangelizar os povos indígenas e logo depois os africanos.
Os seres humanos escravizados eram considerados propriedade privada de seus senhores, desde o momento de suas concepções, ainda nos ventres das mulheres negras africanas ou brasileiras.
É muito doloroso e assustador saber que esses nossos irmãos e irmãs nascidos aqui, brasileiros legítimos que eram, foram condenados à escravidão perpétua, mesmo sendo cidadãos brasileiros batizados pela Igreja Católica. Seres humanos marcados pelo destino antes de nascerem, concebidos através de estupros sistemáticos, onde os escravizadores submetiam as mulheres negras a terríveis e inomináveis situações brutalizadas. Os colonizadores visavam tão somente o ato bárbaro da satisfação sexual forçada, completamente despido do sentimento primordial do amor, onde visavam além da efetivação da bestialidade sexual, a previsão da venda da futura criança negra que viria ao mundo, condenada desde o ventre ao triste destino do cativeiro eterno.
A mulher negra era obrigada a abrigar em seu ventre, um feto que não foi desejado, que foi gerado pela brutalidade do estupro e da sordidez mórbida dos escravizadores. Não há destino mais cruel que sofrer o estupro, amamentar a criança e depois de crescida entregá-la para seu destino terrível que seria sua comercialização no mercado negreiro como um objeto qualquer, como uma mesa ou uma cadeira, aliás nem isso eram, pois cadeiras e mesas costumam ser cobiçadas como objetos de beleza refinada, olhadas com carinho e admiração.
A branquitude utilizava uma figura do direito denominada “strumento vocale”, ou seja, um objeto falante, um ser humano sem alma que falava. Foi através de espertezas como esta que a sociedade escravista justificava a compra, venda e escravização desses seres humanos, sem confrontar os pilares básicos humanísticos do cristianismo. Assim o império português e depois da independência em 1822 o império brasileiro, fecharam os olhos para a degradante violação humana que se seguiria por séculos a fio em território brasileiro.
As mulheres negras pariam entre 5 e 15 crianças durante suas vidas de cativeiro. A maioria dessas crianças após uma certa idade eram sistematicamente vendidas para seus novos proprietários, quando então se viam perdidas em suas histórias de tristezas e sofrimentos pelos pérfidos fados do mundo. Filhos que nunca mais veriam suas mães e a dor maior que uma mãe pode sentir que é ter seu filho retirado de seu acalanto para sempre, para nunca mais poder vê-lo ou saber de seu destino.
O pesquisador Luiz Mott descreve que nos anais da primeira visitação do Santo Ofício à cidade de Salvador no ano de 1591, foram condenados 18 pessoas pelo crime de “sevícias”. Na época Salvador possuía 800 habitantes brancos e cerca de 3 mil negros escravizados que eram submetidos a estupros cotidianamente.
A historiografia oficial não é generosa e menos ainda transparente na quantificação desse contingente de brasileiros e brasileiras que vergonhosamente nasceram em terras brasileiras, sendo então brasileiros, já na condição de cativos, sem nunca terem respirado os ares da liberdade, em um país regido pela égide do cristianismo.
O branco brasileiro, rico ou pobre, vivo ou morto, de uma forma ou de outra, foi beneficiado direta ou indiretamente pelo instituto da escravidão, esse genocídio histórico de lesa humanidade que mostrou de maneira inequívoca o lado perverso e sombrio da branquitude racista e segregadora, ou seja, o lado demoníaco do ser humano, quando lhe é concedido através da força o poder de vida e morte sobre outros seres humanos. Poderes que lhes foram garantidos por leis e doutrinas pseudo científicas, que lhes propunha uma alteridade racial absolutamente inexistente no espectro da natureza.
Enquanto perdurou por aqui a prática da escravidão, houve intensa atividade comercial no tráfico negreiro, o maior da história humana.
Trazer africanos escravizados para o Novo Mundo era um empreendimento de alto custo econômico para a empresa colonial. O “negócio” era uma odisseia que tinha início com a captura ou aquisição de africanos livres em seus países de origem, para logo depoi, na condição de escravizados, enfrentar a tenebrosa travessia transatlântica que sempre oferecia enormes riscos e possuía alto custo devido a utilização e manejo de embarcações de grande porte. A empreitada exigia a contratação de tripulação experiente e custos logísticos complexos como alimentação, medicamentos e equipamentos de marinharia. O custo financeiro para transportar um africano escravizado para o Brasil era muito grande para os valores da época, por isso havia o incentivo ou então a obrigação por parte dos senhores de escravos que as mulheres negras investissem na procriação de filhos que seriam futuros cativos, que mesmo nascidos aqui no próprio país, seriam vendidos como mercadorias, visando o lucro para seus senhores.
A construção intelectual e a conceituação da branquitude, aflora nos anos 90 com o conjunto de estudos denominados “Critical Whiteness Studies”, que referenciaram os principais estudos sobre o tema. A teorização da identidade racial branca recebeu forte aporte intelectual de W. E. B. Dubois com a publicação "Black Reconstruction in the United States".
O psiquiatra e militante martinicano Franz Fanon discorreu em sua obra “Peles Negras, Máscaras Brancas” sobre a necessidade da abolição do termo “raça”, para enfim libertar tanto o negro de sua negritude como o branco da branquitude, que considerava verdadeiros cárceres de identidade racial.
Os “Whitenees Studies” definiram duas principais características para a branquitude: a branquitude crítica que convive pacificamente com os diferentes, tendo plena consciência dos privilégios que a beneficiam mas que porém nada faz para removê-los e a branquitude acrítica, vertente feroz que estimula a doutrina do confronto e radicaliza o movimento com a proposta inclusive de eliminação física de negros e negras, onde movimentos como a Ku Klux Klan e grupos neonazistas são a face mais visível desse tipo de branquitude extremada.
A branquitude conseguiu se invisibilizar na historiografia oficial brasileira como movimento opressor e constituinte de desigualdade. Segundo Guerreiro Ramos, as teorias das relações raciais no Brasil são um mergulho na sociologia do negro nativo. Elas não apontam uma dicotomia racial mas tão somente o lado do oprimido como se não houvesse um opressor.
A branquitude não é uma doutrina ou sistema de fácil compreensão. Não é somente ser branco, pois muitos brancos rejeitam o racismo e até formam fileiras para combatê-lo. A branquitude é um sistema de origem colonial, que determina o modo de funcionamento das estruturas das instituições, onde os espaços privilegiados sempre estão à disposição da raça branca em detrimento a outras raças.
A história do fim da branquitude e da dicotomia com a negritude foi objeto de uma forte bandeira de luta do Reverendo Martin Luther King, que era um ativista negro formidável e um dos principais líderes do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos.
Em 28 de agosto de 1963 na capital americana aconteceu a "Grande Marcha por Emprego e Liberdade", também chamada de "Marcha de Washington" ou "A Grande Marcha", ato convocado por organizações religiosas, sindicatos e movimentos populares pelos direitos civis da população negra dos Estados Unidos.
Foi naquele dia que o Reverendo King proferiu o icônico discurso onde enfatizava que tinha um sonho. O sonho de que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos de ex escravos e os filhos de ex proprietários de escravos pudessem sentar juntos à mesa da fraternidade. Até mesmo no Mississipi, um estado ardendo sob o calor da opressão seria transformado em um oásis de liberdade e justiça. A plateia em transe ouvia o reverendo e entre as centenas de milhares afro estadunidenses também estavam milhares de cidadãos brancos dos Estados Unidos. Eram milhares de brancos na plateia ouvindo emocionados as palavras de paz, justiça e igualdade que o líder negro proferia sem uma gota de ódio em seu sangue.
Martin Luther King não propunha uma nação negra. Ele lutava por uma nação multirracial e pluriétnica para que todas as pessoas pudessem sorver o doce licor da diversidade. Que não houvesse apartheid, que a diferença da coloração da pele não servisse de marcador racial definindo os que iriam sofrer e os que receberiam os privilégios de uma vida confortável e sem sobressaltos.
Naqueles anos difíceis para a população negra dos EUA, a separação racial por força da lei era quase que uma condenação ao sofrimento. Nascer negro sob o regime do apartheid significava ser cidadão de segunda classe, mesmo antes, ainda no ventre da mãe.
Mas o que aqueles milhares de brancos faziam na plateia do reverendo no 28 de agosto, naquela tarde em Washington, em plena vigência do apartheid? Certamente não eram racistas. Além de não serem racistas eram antirracistas, pois senão jamais estariam naquela posição de exposição enquanto pessoas brancas. Mas querendo ou não aquelas pessoas brancas eram beneficiadas pelo sistema perverso, segregador e excludente gerado pela branquitude. Eram privilegiados pelo sistema racial vigente, apesar da solidariedade que estavam prestando de maneira admirável e inequívoca aos negros do seu país. Aquelas pessoas brancas nasceram e cresceram tendo acesso aos benefícios e ao melhor conjunto de oportunidades civilizatórias que um ser humano não negro recebe ao viver em um estado segregador e opressor.
A emoção que ecoava naquele dia nos gramados de Washington, atingia a todos. Porém causava uma certa confusão nas mentes daqueles brancos. Muitos talvez não tivessem a compreensão do caráter universalista do protagonismo da raça branca, propalado em loas pelo país segregador. Os brancos ali presentes, mesmo sendo antirracistas, lutavam bravamente ombreados com os negros, mas em seus cotidianos sempre usufruíram do resultado construído pela branquitude, concordassem ou não com as ofertas e privilégios.
O Reverendo Martin Luther King era um ardoroso defensor da convivência pacífica entre todas as raças e talvez por esse motivo tenha sido cruelmente assassinado. Seu famoso discurso foi concluido com essas belas palavras: “...E quando isto acontecer, quando nós permitirmos o soar do sino da liberdade, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho "spiritual" negro: Livre! Livre afinal”.
A confusão da branquitude permanece circulando e operando até hoje, onde muitos brancos questionam sobre o porquê da não realização da “Semana da Consciência Branca”, ou então porque não o “White is Beautifull”.
Não compreendem que existe a negritude, que nunca utilizou a mesma régua da branquitude segregadora, pois é inclusiva e não exludente. A negritude é um modo de viver, uma doutrina consciente e empoderada que cria suas manifestações voltadas para a ancestralidade, para novas linguagens culturais e intelectuais, para o pertencimento. A branquitude é exatamente o oposto, vive operando nas sombras, planejando de forma contínua e consciente o próximo golpe que fortalecerá ainda mais a perpetuação de sua existência. Suas digitais estão diretamente ligadas ao projeto de poder do capitalismo e ao controle imanente das sociedades de todas as raças.
Negros e pardos, ou somente negros, como deve ser, apesar de constituírem a grande maioria da população não operam nem planejam um projeto de tomada de poder. Seguem desse jeito, sem esperanças, talvez devido as terríveis cicatrizes legadas pelos 350 anos de escravidão. Não é ao menos o espírito do negro cordial, é na verdade a ausência de espírito. É incompreensível que no parlamento brasileiro os negros sejam uma minoria insignificante, na medida em que são a maioria da população. Parecem ouvir uma linda música que os faz adormecer enquanto o racismo estrutural opera diuturnamente sem nunca cerrar os olhos.
O branco construiu através da história seu caráter universalista enquanto raça ou grupo étnico. Por esse motivo os comerciais e a programação da TV são recheados de brancos, talvez 95%, quando na composição racial brasileira os brancos representam menos de 50%. Esse é um exemplo evidente do universalismo branco, que também é gritante em outros espaços de poder como o Congresso Nacional, por exemplo, onde as mulheres negras que são 28% da população, são responsáveis por míseros 2% da composição das duas casas, Senado Federal e Câmara dos Deputados. No Judiciário é a mesma cantilena segregadora, onde no Supremo Tribunal Federal nunca houve a indicação para que uma ministra negra compusesse o pleno do tribunal.
No poder executivo há uma tênue flexibilização nas composições dos ministérios, onde colocam os negros nos comandos da Igualdade Racial e Direitos Humanos, onde não há verba e os partidos geralmente torcem o nariz para essas pastas descartando-as. Fica parecendo meio simbólico, tipo um “puxadinho das minorias”, um arranjo social e político da esquerda para marcar território, apontando para a sociedade o caráter progressista e humanístico do governo. Louvando a indicação de negros e negras para essas pastas, mas questionando enquanto negro, nota-se o incômodo da elite intelectual negra que argumenta o porquê da ausência de negros e negras no comando de ministérios importantes como Planejamento, Saúde, Justiça, Defesa, Educação, Desenvolvimento Social, Fazenda e Casa Civil. Esses ministérios atuam diretamente na estruturação do país, nas raízes do Brasil. O problema para entrar é que a porta de entrada é muito estreita, pois onde há dinheiro e poder poucos podem adentrar. São territórios próprios e exclusivos da branquitude e nessas portas os negros não podem entrar. Tudo isso soa muito mal, talvez seja uma versão mais envergonhada e cínica do regime de segregação estadunidense e sul africano. Um modelito à brasileira como um “apartheid moreno ou tropical”. Um modelo que despreza e humilha milhares de negros e negras Brasil afora, que possuem competência política e formação acadêmica para ocupar esses espaços de poder
No Brasil a demonstração de consolidação da branquitude é escancarada. Mesmo em governos de viés de esquerda ou centro-esquerda, onde negras e negros continuam alijados dos centros de espaços de poder.
No Brasil há uma enorme naturalização do racismo estrutural nesses casos, e podemos dizer até uma certa dose de hipocrisia, na medida em que bradam contra o racismo mas mantém os negros limitados em uma pequena bolha identitária, que nem mesmo arranha os debates políticos sobre investimentos estruturantes, orçamento público e programas sociais de alto perfil.
A branquitude através de seu sistema criminoso e perverso, utiliza o mimetismo político quando acena com algumas pequenas concessões ao povo negro. Geralmente projetos sociais com algum impacto midiático que costumam entregar excelentes indicadores de retornos de imagem. A branquitude pode até entregar um penduricalho ou outro para o povo negro, desde que seja mantida onde sempre se sentiu confortável, que é placidamente estabelecida sobre os ombros do povo negro.
A branquitude é um conjunto de mecanismos perversos que garante a perpetuação da riqueza e do poder para a raça branca. Quando garante os melhores empregos para os seus, garante diretamente ótimos salários que podem pagar ótimas instituições de ensino para seus filhos que ao se formarem garantirão os melhores empregos do mercado de trabalho e assim a perpetuação da riqueza e do poder permanecem asseguradas através desse looping social interminável.
Quando falamos em ótimas instituições de ensino estamos falando de pesquisa, acesso ao parque tecnológico avançado, aos centros de saúde e laboratórios de ponta, além do controle de todo o sistema financeiro como bancos, grandes fundos de investimentos e gigantes do mercado de tecnologia, comunicação e imobiliário.
O povo negro não faz parte desse jogo. Quando se esforça muito ou é detentor de alguma habilidade fora do comum, pode se acercar da mesa do banquete capitalista, porém sem nunca sentar à mesa, na medida em que é mantido na periferia do convescote, girando pelo entorno, recolhendo as migalhas e restolhos que lhes são atiradas pelos comensais brancos no grande banquete antropológico da vida.
A branquitude faz o jogo do ganha/ganha e impõe aos negros o terrível perde/perde ao obrigar esse contingente étnico desfavorecido a viver em territórios ambientalmente e socialmente degradados, sendo mal remunerados por seus trabalhos, vivendo apertados em desconfortáveis transportes coletivos de massa, dependendo da saúde pública precarizada e de um sistema educacional falido para seus filhos. É uma conta que não fecha nunca, são como eternos juros rotativos no cartão de crédito da existência, onde os sonhos natimortos de uma vida melhor fenecem no fechamento mensal da fatura da vida.
A branquitude em sua incrível capacidade de naturalização das desigualdades, considera essa situação perfeitamente normal, sendo que o pior, é não se sentir responsável por nada que acontece nessa roda viva de sofrimentos imposta ao povo negro, pois segundo sua lógica beócia a culpa é dos próprios negros, pois o instituto da meritocracia está disponível para todos e todas.
Muitos são como os brancos do discurso do reverendo King. Estão junto com os negros, na igreja, no candomblé, na capoeira, no samba, no estádio de futebol e até nas bebedeiras. Estão ali juntos, mas inconscientemente separados, sem a reflexão do porquê os negros vivem daquela maneira, com todas as dificuldades cotidianas que são intermináveis, sofrendo opressão da polícia, habitando territórios controlados por poderes paralelos e ameaçados pelas balas perdidas da violência Saindo dali esses brancos, assim como os brancos do discurso do Reverendo King, vão para suas casas confortáveis em seus veículos caros, viver suas vidas de privilégios. A branquitude não os quer raciocinando, tanto o negro quanto o branco solidário ou não. Devem sim seguir em frente e cumprir a missão de fazer a máquina de moer negros girar. Não precisam refletir sobre o complexo e sofisticado modelo de predominância social que há muito está ajustado criando óbices cotidianos que impedem o avanço do povo negro. O sistema funciona assim e assim cada vez mais, vai se reproduzindo, se empoderando e se perpetuando.
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