Dizem que a história se repete ou melhor ainda, é repetida
pela ação humana. A situação inacreditável que está acontecendo em Maceió está
sendo repercutida em toda a mídia nacional, sem porém, questionar a raiz do
problema, assim como aconteceu nas barragens de rejeitos que romperam em Minas
Gerais.
Essas empresas investem no Brasil sabendo que aqui o marco
jurídico é constantemente alargado, por conta da cada vez mais liberal
composição do Congresso Nacional.
A imprensa neoliberal, por outro lado, insiste em repercutir
as consequências sociais e ambientais ocasionadas pelas operações extrativistas
das empresas, mas passam longe de apontar o verdadeiro causador desses
desastres que é o capitalismo selvagem que no Brasil tem carta branca para
operar sem ser incomodado.
Ao menor sinal de regulação e controle os segmentos
empresariais desfraldar imediatamente velhas cantilenas como a inevitabilidade do
progresso, a ameaça de desemprego em massa e a contribuição efetiva desses
setores para o crescimento da balança comercial e consequentemente para o PIB.
O sistema neoliberal também atua de maneira política ao
tentar retirar credibilidade dos movimentos sociais, desfraldando bandeiras anticomunistas
e impondo força na agenda patriótica e de costumes.
Assim nossa soberania enquanto nação permanece vilipendiada,
assistindo a absurda situação de um ou mais bairros serem evacuados devido ao
risco de serem engolidos por um cratera gigante que está se formando.
Indenizações serão pagas, mas nem arranham os cofres dessas
empresas, pois os riscos já estavam
incluídos nos planejamentos estratégicos dessas empresas. Essas indenizações diante
dos lucros extraordinários obtidos pela extração ostensiva durante anos são
praticamente ínfimas.
Fica para o povo a tristeza de ter que abandonar suas
residências que carregam suas ancestralidades. Os mortos que nunca ficam para
trás pois são chorados diariamente por famílias para sempre enlutadas.
A tragédia de Maceió é fundamentalmente agravada pois o
salgema retirado do subsolo é utilizado para produção de amianto, soda-cáustica,
PVC e outras manufaturas prejudiciais ao meio-ambiente.
Todas essas empresas operam em todo o território brasileiro com as licenças ambientais em dia, demonstrando claramente que a legislação do setor é produzida de maneira nítida por parlamentares que não servem e legislam em causa própria, voltados contra os interesses nacionais e aviltando nossa soberania