quinta-feira, 30 de junho de 2022
ASSÉDIO SEXUAL - A MAIS NOVA SURPRESA DESAGRADÁVEL DO GOVERNO BOLSONARO
terça-feira, 28 de junho de 2022
NELSON PIQUET E SUA INVEJA DE LEWIS HAMILTON
O pensamento colonial permeia a casa grande, que para o próprio
conforto psicológico procura manter o clima de senzala entre os que lhes prestam
serviços. O fosso social aumenta cada vez mais. Os mais pobres tornam-se cada vez
mais pobres e os mais ricos cada vez mais ricos.
Há uma enorme polêmica na Internet acerca da declaração de Nelson
Piquet, grande campeão da Fórmula 1 nos tempos heróicos, que chamou o multicampeão
inglês Lewis Hamilton de “neguinho”.
Fazendo uma leve comparação entre os dois campeões nas pistas,
Piquet come poeira de Lewis Hamilton, que possui o triplo de campeonatos do brasileiro.
Nelson Piquet traz em si péssimas referências no que tange ao seu labor profissional.
Suas fustigadas insidiosas sobre a sexualidade de Ayrton Senna ficaram famosas.
Nota-se que Piquet apesar de ter sido um grande campeão, nunca
digeriu o sucesso de Senna que lhe superou em muito, assim como o de Hamilton que
já superou até o mega campeão Michael Schumacher, que muitos alegavam ser imbatível.
Piquet traz em si o pior dos lados da elite burguesa. Filho da
família Sotto Mayor, dona do extinto Banco Nacional, passou a vida nas baladas de
bacanas, quando não estava nas pistas. Sua participação no esporte assemelha-se
ao personagem Dick Vigarista do desenho animado Corrida Maluca.
Piquet deveria usar a mesma ironia para se manifestar sobre o
banimento de seu filho mais velho da Fórmula 1 por atividade antidesportiva, um
eufemismo para caracterizar os pilotos que fraudulentos da categoria. Nelsinho Piquet,
como é conhecido, simulou um acidente no grande prêmio de Singapura em 2008, quando
foi pego em flagrante pela direção da prova, evento que lhe custou a carreira na
principal categoria do automobilismo, evento conhecido como Singapuragate.
Nelson Piquet sempre desfilou sua ironia misógina pelos padocks da Fórmula
1 e no noticiário mundial. Divertia-se ao apontar a feiúra da simpática esposa do piloto Nigel Mansell. Aqui no Brasil se agarrou com Fernando Collor e agora
dirige para Jair Bolsonaro em eventos públicos, inclusive foi o motorista do Rolls-Royce
na posse presidencial do primeiro. Sua decadência e ocaso, assim como a de Emerson
Fitipaldi, estão o levando a cometer sandices como o ato racista de chamar Lewis
Hamilton de “aquele neguinho”.
Os bolsonaristas de plantão passarão pano imediatamente, alegando
que é um tipo de tratamento usual aqui no Brasil e que pode até ser caracterizado
como uma expressão coloquial. Não é assim, esse tipo de tratamento traz embutido
em si o desprezo que a elite brasileira tem pela população negra. No caso de Hamilton,
o tiro sai pela culatra, pois consagrado Cavaleiro da Ordem do Império Britânico
pelo reinado de Elizabeth II, além de se um dos desportistas mais bem sucedido da
história, com 103 vitórias na Fórmula 1 em sete campeonatos conquistados contra
23 vitórias de Piquet em 3 campeonatos conquistados, um banho de pilotagem para
envergonhar qualquer um.
A vida pessoal do piloto inglês é um exemplo. Hamilton além de vegano, investe parte do que ganha como piloto em obras sociais e projetos de sustentabilidade. É uma referência mundial na luta contra a desigualdade e pela diversidade, é um cara do bem em todos os sentidos. Acostumamos a ver seu irmão que é especial nos padocks mundo afora, juntamente com sua família. Lewis é exatamente o oposto do que foi Piquet quando em atividade na F1. Arrogante, machista e individualista, o brasileiro possuía uma legião de detratores na categoria.
Mesmo com esses gigantescos diferenciais e Hamilton ser multimilionário,
o que Piquet não é e nunca será, o brasileiro se acha no direito de tratar o inglês
como “aquele neguinho”. Condenado publicamente pela Fórmula 1 e pela Mercedes, o que restou de holofotes para Piquet foi se transformar em motorista do Bolsonaro.
Infelizmente o Brasil mais uma vez é notícia internacional da pior maneira possível. Como se já não bastassem os sucessivos e vergonhosos escândalos como o assassinato de Dom Phillips e Bruno Pereira, a morte através de gás de um homem em Sergipe na caçamba de um carro da polícia, enfim, o ex piloto mostrou que existem dois brasis, o Brasil do luxo, tocado pelo povão que rala no dia a dia e o Brasil do lixo, vivido por uma elite cafona, mal educada e ignorante.
quarta-feira, 22 de junho de 2022
TRISTE BRASIL
sábado, 18 de junho de 2022
ATIRARAM NO CORAÇÃO DE DEUS
quinta-feira, 16 de junho de 2022
PORQUE O MAL É O QUE SAI DA BOCA.
segunda-feira, 13 de junho de 2022
DEMÔNIOS ELIMINANDO ANJOS
Nossa história é recheada de fatos históricos que deságuam em
assassinatos de líderes populares ou militantes em favor da democracia. Nunca eliminam
atores conservadores ou militantes extremistas de direita. Não vou arguir aqui o
porquê, pois a resposta está contida na própria pergunta. Os martirizados sempre
lutaram contra o arbítrio, contra a opressão, contra um estado antidemocrático.
A eliminação dessas pessoas veio pelas mãos de assassinos profissionais,
mas todas elas, com certeza, possuem as digitais do governo brasileiro. É um mosaico
composto por cenários diferentes mas com o mesmo Dna político. Há uma enorme indignação
popular em relação a essas mortes, enquanto que ao mesmo tempo há uma leniência
sem igual por parte do poder público para solucioná-las. Causa um enorme espanto
a não solução para o assassinato de Marielle Franco, assim como o injustificado
silêncio sobre a execução do miliciano íntimo da Família Bolsonaro e o conteúdo
dia 13 chips de celulares que estavam em seu poder na hora de sua morte.
Chico Mendes morreu com fome. Chegou em casa exausto e com a
comida posta à mesa, saiu para lavar as mãos do lado de fora da casa. Foi eliminado
sem dó nem piedade. A missionária Dorothy Stang teve o mesmo infeliz destino, foi
assassinada a tiros em uma estrada de barro, onde a imagem de seu corpo já vem vida
até hoje comove os amazônidas. Padre Josimo Tavares, coordenador da Pastoral da
Terra no Bico do Papagaio também perdeu a vida assassinado a mando de latifundiários
no Pará, crime que obrigou o padre Ricardo Resende abandonar sua área de atuação
em defesa dos trabalhadores que vivem em estado análogo à escravidão. Marcado para
morrer, viveu ameaçado por 18 anos, sendo obrigado a migrar para o Rio de Janeiro,
onde passou a lecionar na UFRJ e fazer suas denúncias contra o império de terror
que vige naquela região do Pará.
Inúmeras lideranças vitimas do conflito latifundiário da militância
pela reforma agrária, e do sindicalismo rural firam executadas sistematicamente,
sendo que a grande maioria dos casos ficou sem solução. Os poucos crimes que foram
solucionados, prenderam quem acionou o gatilho, mas nunca os mandantes.
No caso do Vale do Javary, os que apertaram o gatilho certamente
serão presos e cumprirão sentença. Porém, os mandantes jamais serão punidos. Não
serão penalizados porque o Vale do Javary é terra sem lei, onde a criminalidade
e o banditismo imperam às expensas do estado brasileiro. Todos os anos acontecem
esses assassinatos e o governo não encontra solução para pacificar e ordenar institucionalmente
aquela região.
A Amazônia é uma das cerejas do bolo dos órgãos institucionais
do governo brasileiro. Ali as forças armadas mantém tropas altamente qualificadas
como o Centro de Instrução de Guerrilha na Selva, o temível CIGS, a esquadra da
Amazônia Azul da Marinha com seus guerreiros do Comando Anfíbio, COMANF, o PARASAR
e o Projeto Sivam da Aeronáutica, além de forças civis com alto poder de
intervenção como a Polícia Federal, Polícia Militar e os grupamentos de Bombeiros
Militares. Todos esses grupos são especialistas em Amazônia.
Além das tropas militares e grupos de repressão civis, ainda
podemos encontrar órgãos de estado hiper especializados na região como a FUNAI,
IBAMA e ICMBIO. Causa espanto que o enorme poder do banditismo no Vale do Javary
e na Amazônia como um todo não seja combatido ferozmente por essas tropas nacionais.
Levando em consideração que o Conselho Nacional da Amazônia Legal é presidido pelo
Vice Presidente da República, General de quatro estrelas, Hamilton Mourão, podemos
concluir que a ação do estado brasileiro na Amazônia ou é incompetência ou então
leniência.
A partir do fatídico evento da morte do indigenista Bruno Pereira,
que era funcionário público da União e do jornalista britânico Dom Phillips, novas
modelagens sobre o controle do território amazônico serão debatidas e talvez até
implementadas. Porém, vamos torcer para que essas possíveis medidas não sejam para
inglês ver.