Não existe Centro, existe sim, direita e esquerda, que não necessariamente são lados antagônicos e irremediáveis na construção do consenso em prol do bem comum.
A direita, além de assustar a população com a velha ameaça do comunismo que nem existe mais, defende o livre mercado, o liberalismo, a meritocracia e a iniciativa privada como propulsores do desenvolvimento e da matriz do pensamento político da sociedade. Sempre bom lembrar que falo de direita e não de fascismo, que apresentou a inédita "mamadeira de piroca e o kit gay" no último certame presidencial, culminando com uma ministra que jura ter tido uma resenha com Jesus Cristo sob uma agora sagrada goiabeira.
A esquerda defende como fator de desenvolvimento uma forte atuação do Estado na economia e na sociedade. obras de infraestrutura para a promoção da empregabilidade, investe nas universidades e centros de inteligência endógenos. Promove políticas compensatórias e de ações afirmativas através de mecanismos de controle social e políticas públicas como o apoio à reforma agrária, o bicho papão dos liberais e do agronegócio.
Fora desse cenário não há alternativa viável para um provável Centro, dentro do espectro político existente, é um truque sujo da direita caviar. Quando clamam pelo Centro, no fundo anseiam uma fusão dos dois modelos existentes (esquerda e direita), com 90% de predominância das teses da direita. Para a esquerda eles deixam a política de direitos humanos e a de integração racial. Isso já foi tentado antes, no governo FHC, e o resultado não foi dos melhores. Foi a tal social-democracia morena, que vendeu grandes estatais brasileiras, enriquecendo muitas raposas políticas, desaparecendo sem mostrar a que veio e não vingando por aqui.
Por favor me apresentem o modelo político e sócio-econômico com o qual o Centro governará o Brasil fora das agendas existentes. Realmente fico curioso por sabê-lo.
As pouquíssimas experiências reais do Centro no poder, sempre acabaram nos braços da direita, que é sua gênese original. Sinceramente pedindo desculpas antecipadamente, acho que é o jeitinho brasileiro de se apresentar como direita 'prime', o Centro.
A democracia é assim, desse jeito, possui raízes amargas mas seus frutos geralmente são doces. Vivemos nesta jovem nação brasileira, que está saindo da adolescência com seus hormônios políticos em ebulição. Na verdade, só conta de 1808 para cá com a chegada da família real. Muito pouco tempo enquanto nação. Pouquíssimo tempo enquanto república, 132 anos apenas. Muitas pessoas pelo mundo beiram esta idade.
Erguer essa nação é tarefa que exigirá muito caráter e determinação para fazê-lo. Ainda não estamos prontos. Estão aplicando soro fisiológico no lugar de vacina da Covid para venderem cada dose a R$ 500,00 no mercado paralelo, para traficantes que não podem aparecer à luz do dia em um posto de saúde para serem imunizados.
Os europeus desde que aqui chegaram só fizeram espoliar e escravizar. Como uma nação pode se desenvolver dessa maneira? A corrupção faz parte do DNA deste país desde 1500. Portugal não povoou o Brasil, transformando-o em uma colônia de extrativismo e não de povoação como fez a Inglaterra nos EUA. A enorme concentração de terras nas mãos de poucos junto com a escravidão de cerca de 15 milhões de africanos atou o desenvolvimento do país nos mesmos grilhões que estavam atados aos pés dos cativos. O nepotismo, o roubo e a safadeza sempre fizeram parte dos que governaram este país sendo império ou república. As capitanis hereditárias ainda estão em pleno funcionamento: Sarney no Maranhão, Barbalho no Pará, Cunha Lima na Paraíba, Alves no Rio Grande do Norte, Mendes no Amazonas, Caiado em Goiás, Magalhães na Bahia, Bornhausen no Sul e por aí vai. Todos ruralistas proprietários de inúmeras fazendas de origem duvidosas e quase todas terras devolutas. Eles controlam o Congresso Nacional e por isso a reforma agrária sempre será um arremedo. Nos EUA, apesar da chacina com os povos originários, os colonos vinham com suas famílias e recebiam terras para produzir o que ocasionou a vigorosa e pujante economia daquele país, 'descoberto' com oito anos de antecedência do Brasil.
Alguém sabe dos 51 milhões do Geddel? Só se fala do Lula, enfim.
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