ATLÂNTICO NEGRO
As
ondas beijam incessantes
O
frio barco da dor
Ventre
grávido de lamentos
Lamentos,
dor e horror
Atlântico
mar insensível
Profundo
de tanto abandono
Morada
de corpos carentes
Atlântico
mar desumano
A
cruz e a espada unidas
Cavalgam-te
em louco corcel
Navega-te
a dama da ira
Em
hordas cobertas de fel
Chibata,
sangue, confissão
A
cruz e a submissão
A
alma apartada do corpo
A
espada faz a perversão
Atlântico
rota sofrida
De
África terra esquecida
Ao
Novo Mundo homicida
A
cruz e a espada unidas
Espada,
cruz, escravidão
Maldito
porto solidão
Atlântico
és pingo d’água
Diante
da separação
Negreiro,
cruz, escravidão
Espada,
missal, confissão
A
dor do tamanho do mundo
Afoga
a civilização.
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